Petrópolis/RJ: a cidade do império

 

                                                                           Sala do Trono no Museu Imperial

O município que guarda um dos maiores acervos do cotidiano da corte portuguesa no país.


Por Cassandra Teodoro/@blogturcassandra

A coluna desta semana faz uma homenagem ao Brasil e vai direto ao estado do Rio de Janeiro para contar a história da cidade conhecida como Cidade Imperial, Petrópolis. Continue a leitura e descubra mais sobre uma das primeiras cidades planejada do Brasil e foi, por muitos anos, um dos lares do imperador brasileiro e de toda a sua família


Família Real 

Roteiro Imperdíveis de Petrópolis

Com um dos conjuntos arquitetônicos mais bem preservados do país, Petrópolis é literalmente majestosa. A cidade localizada em uma região serrana favorecida pelo clima mais ameno e o calorzinho tropical é fácil de conhecer sem precisar gastar uma fortuna.  Além disso, muitos locais turísticos são próximos, como a Casa da Princesa Isabel, o Palácio Rio Negro e a Praça da Liberdade. Além disso, há o Museu de Cera, o Relógio das Flores, o Museu Casa de Santos Dumont e a Cervejaria Bohemia.

 

A Catedral São Pedro de Alcântara, guarda restos mortais imperiais.

Minha dica é que o visitante inicie o passeio pelo Centro Histórico com uma parada na Catedral São Pedro de Alcântara, construída em estilo neogótico do francês e alemão, possui um Mausoléu onde estão os restos mortais da família imperial (Dom Pedro II, dona Tereza Cristina, a princesa Isabel, o conde D´Eu, seu primogênito D. Pedro de Alcântara e a sua esposa D. Elisabeth), e guarda escultura de renomados artistas da época, relíquias trazidas de Roma e vitrais de tirar o folego. Aqui na Coluna irei destacar dos lugares ícones de Petrópolis, o Museu Imperial e o Palácio de Cristal. 


O Palácio, hoje Museu de Petrópolis já foi também alugado para o Educandário Notre Dame de Sion e entre 1909 e 1939, funcionou o Colégio São Vicente de Paulo.  E somente durante a presidência de Getúlio Vargas através de um Decreto de Lei passou a ser o Museu Imperial e foi inaugurado em 16 de março de 1943.

Museu Imperial

Um dos pontos únicos e de grande simbolismo para a história do Brasil é sem dúvidas o Museu Imperial.  Não é gratuito e a sua visita dura cerca de uma hora e funciona de terça à domingo, de 10h às 17h, entre 10h30 às 18h e os seus jardins ficam abertos de 7h às 17h30. O museu é histórico-temático e foi instalado no antigo Palácio de Verão do imperador brasileiro Dom Pedro II, a sua construção teve início em 1845 e foi concluída em 1862, com recursos pessoais do próprio imperador. O acervo do museu é constituído por peças pertencentes à família real, incluindo mobiliário, documentos, obras de arte e objetos pessoais de integrantes da família imperial e por peças de importantes colecionadores nacionais, que doaram objetos de interesse histórico e artístico para o museu.

O major e engenheiro alemão Julius Friedrich Koeler foi o responsável pelo projeto do palácio (hoje Museu Imperial) e pelo plano de urbanização da cidade de Petrópolis

Início - Segundo dados históricos a ideia de sua construção surgiu no ano de 1822, pelo imperador D. Pedro I, que ao passar pela serra fluminense em uma viagem para Minas Gerias, na busca de apoio ao movimento da Independência do Brasil, encantou-se com a região, com Mata Atlântica e o clima ameno da região serrana. Hospedou-se na Fazenda do Padre Correia e chegou a fazer uma oferta para comprá-la. Diante da recusa da proprietária, Dom Pedro comprou a Fazenda do Córrego Seco, em 1830, por 20 contos de réis, pensando em transformá-la um dia no Palácio da Concórdia. O imperador Dom Pedro I, regressou para Portugal por conta de insatisfação interna, morreu sem voltar ao Brasil, seu sonho só foi concretizado através do filho, Dom Pedro II, que nela construiria sua residência favorita de verão.

 

Petrópolis  foi fundada em 16 de março de 1843 pelo imperador Dom Pedro II e, sob seu patrocínio, foi colonizada por imigrantes alemães da Baviera. O imperador, atraído pelo clima ameno e pela natureza exuberante do local, transferia sua corte do Rio de Janeiro para Petrópolis durante os meses quentes. 

Acervo do Museu

Particularmente andar pelos salões do palácio é como transportar-se para dentro de um livro de história do meu tempo de estudante. Foi uma experiência surreal Olha de perto as corosa de Dom Pedro II, criada especialmente para a sagração e coroação do jovem imperador, então com 15 anos de idade, e a coroa de dom Pedro, as joias imperiais, como o colar de ouro, esmeraldas e rubis com insígnias do império que pertenceu à imperatriz Leopoldina, a Pena Dourada usada pela princesa Izabel para assinar a Lei Áurea. 


 
As Coroas dos Reis - Dom Pedro I e Dom Pedro II

Pena usada na assinatura da Lei Áurea

 
 
Gabinete de Dom Pedro II

Sala de Música



Caminhar pelas salas onde poucos privilegiados transitaram, como a de jantar com o  serviço de louças da francês, a Sala de Música, que guarda instrumentos como um harpa dourada do século XVIII, o  pianoforte de fabricação inglesa, que teria, pertencido a Dom Pedro I, a  espineta  fabricada por Mathias Bosten, a única existente no mundo deste autor, a Sala de Estado, a mais importante do palácio, onde Dom Pedro recebia os visitantes oficiais, o trono, que originalmente ficava no Palácio da Quinta da Boa Vista, o Gabinete de Dom Pedro II, com seus instrumentos científicos e livros. Ali se preservam, entre outros objetos, sua luneta, o primeiro telefone do Brasil, que ele trouxe dos Estados Unidos, diversos retratos pintados de familiares. 


 
Sala de Jantar.                                     Sala  Imperial.

Dentro Museu se destacam também os aposentos das princesas Dona Isabel e Dona Leopoldina, a Biblioteca Imperial e o Arquivo que preservam um importante acervo bibliográfico com cerca de 50 mil volumes e a coleção de mais de 250 mil documentos originais que datam do século XIII e vão até o século XX e os jardins que foi projetado seguindo orientação pessoal do imperador, com cerca de 100 espécies de árvores e flores, vindas de mais de 15 regiões do mundo. 


Quartos Reais 

Sala dos Diplomatas

 
Existe um anexo com viaturas do século XIX no museu.



 PALÁCIO DE CRISTAL 

O Palácio foi local de feiras de produtos tradicionais da região e hoje sedia várias festas, entre elas a tradicional Bauernfest, que celebra a chegada dos colonos alemães em Petrópolis.



Para fechar a sua passagem por Petrópolis, se você ama estar em contato com a natureza e não quer se deslocar para fora do centro da cidade, visite o Palácio de Cristal, inaugurado em 1844. No local, ocorreu a libertação dos últimos escravizados de Petrópolis. A entrada gratuita e fica aberto de domingo a terça-feira, das 9h às 18h.

Imagem do Palácio de Cristal que foi construí- do com uma estrutura pré-moldada na França - Acervo IMS.



Como  chegar:


Há duas formas principais para chegar ao destino: de carro e de ônibus. Se optar por viajar de carro, saindo do centro do Rio de Janeiro, basta pegar a Linha Vermelha em direção à BR-040 (Rodovia Washington Luiz). Esse trajeto possui apenas um pedágio. Quanto é o pedágio? Não irei colocar, pois o valor pode mudar. Se o trânsito não estiver congestionado, a viagem dura em média 1h30.

Se preferir ir de ônibus, também partindo do centro do Rio de Janeiro, basta se dirigir ao Terminal Rodoviário Novo Rio. Há vários horários de saída, a viagem dura em média 1h30. Ao desembarcar em Petrópolis, a locomoção é fácil, pois a rodoviária fica a 15 minutos do centro.


Imagens: Arquivo Pessoal da jornalista Cassandra Teodoro e extraídas do Tour Virtual do Museu Imperial 



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