Belo Jardim, uma cidade bucólica repleta de atrativos naturais e culturais
Outrora Fazenda Capim, teve seu povoamento
devido encontrar-se próximo a linha férrea. A chegada do trem se deu no ano de
1906
Uma cidade bucólica que pode ser vivenciada em todos os costumes do
turismo rural, fortalecido pelas atividades da agroindústria que potencializam
o destino, impulsionando economia local e desenvolvendo a comercialização de
produtos alimentícios entre condimentos e aves, o que gera empregos em todo o
país.
Conhecer Belo Jardim no Estado de Pernambuco é como adentrar o mundo das
cidades interioranas em toda sua essência, papel esse que o turismo interno
brasileiro tem buscado mostrar aos brasileiros.
A cidade tem como pontos fortes seus atrativos naturais, enriquecido
ainda mais por um turismo de campo bastante peculiar na região e presente em
toda extensão que permeia o município.
Para chegar a Belo Jardim, o visitante precisa alcançar por voo o
Aeroporto Internacional do Recife Guararapes – Gilberto Freyre, ou o Terminal
Rodoviário do Recife. De lá as principais rodovias que servem ao município são
BR-232 (principal malha rodoviária do estado de Pernambuco), PE-166 (que liga o
município de Belo Jardim ao distrito de Serra dos Ventos e Barra do Farias em
Brejo da Madre de Deus) e PE-180 (que liga o município a São Bento do Una).
Entrada da Cidade de Belo Jardim, em Pernambuco mostra a musicalidade nordestina em mais um destino brasileiro cheio de atrativos naturais, históricos e culturais – Foto: Divulgação |
Na chegada, uma escultura com o slogam “Terra de Músicos”, já referência
a cidade as tradições musicais nordestina – ilustrada por uma sanfona, um
triangulo e um clarinete -, história essa advinda do século 19, nas primeiras
bandas musicais formadas na cidade, fomentada por jovens das tradicionais
famílias do local, onde as festas movimentavam o município, construindo a
trajetória de uma cidade que recebe turistas de várias partes do estado para
suas festividades. Uma delas, a “Festa da Redenção” ou Maroca, criada em 1970
por três belo-jardinenses, onde o encontro promove seis dias de forró com
atrações populares como ciranda, coco de roda, bacamarteiros, concursos de
quadrilhas e de carroças e burros mais enfeitados, além de encontros de
sanfoneiros. O evento é considerado Patrimônio Imaterial de Pernambuco.
O destino e a vida natural usufruída em
meio a atrativos turísticos
Constituído de três distritos: Água Fria, Serra do Vento – com seu clima
serrano, e Xururú, Belo Jardim estima possuir entre 75 a 80 mil habitantes.
Cachoeiras, bicas, corredeiras e sítios são os tesouros da região.
Quedas de águas com 20 metros mostram cenários naturais deslumbrantes,
corredeiras formam piscinas naturais e escorregos despertam o imaginário dos
turistas nas aventuras na natureza. Os visitantes crescem os olhos contemplando
todo um conjunto de bens naturais que se formam a cada instante, sem os
exageros dos grandes paredões e sem grandiosidade dos grandes destinos
espalhados no mundo – tudo na mais pura simplicidade e no ambiente pacato das
cidades interioranas.
O município do Agreste Pernambucano possui vários atrativos entre
sítios, vilas e lagos, tendo uma zona rural extensa. Belo Jardim tem um enorme
potencial turístico, mas ainda pouco explorado. A prática de atividades
esportivas e turísticas como, trilhas a pé, de moto ou de bicicleta,
acampamento, rapel, podem ser realizadas em lugares cercados de diversos banhos
em águas refrescantes.
O município está inserido nos domínios das bacias hidrográficas do rio
Ipojuca e do rio Capibaribe, com inúmeros riachos e os açudes de Belo Jardim
(30.000.000 m³), Eng. Severino Guerra (17.776.470 m³) e Tabocas (1.167.924 m³)
e as lagoas da Porta, da Chave e Inhumas.
Artesanato
e religiosidade
Às margens da BR-232, a casa rústica abriga o Centro de Artesanato Tareco e Mariola, por lá se encontra a exposição e comércio de trabalhos de artesãos locais em barro, tecido, folha de bananeira, garrafas pet, couro, espelhos e casca de ovos. Os artigos são acessíveis com preços que cabem no bolso dos visitantes.
Uma parada obrigatória é na zona rural da Serra dos Ventos, situada a 15
quilômetros do centro da cidade, o distrito oferece um passaporte para a
cultura. A Capela de São Vicente Férrer, por exemplo, foi construída por
escravos em 1815. Voltada para a serra, o templo fazia parte de uma antiga
fazenda que existia no local. Em seu interior, já alterado, encontram-se duas
imagens do santo que dá nome à capela.
A ceramista Cida Lima mostra a arte feitado do barro – Foto: Divulgação |
Na Rua do Comércio está o Ateliê Ana Veloso. Uma casa cheia de charme que tem seus cômodos ocupados com peças confeccionadas por moradores da região que se utilizam de materiais simples para criar caixas, colares, pratos, gravuras, tapetes, assentos, molduras, bolsas, porta-retratos e diversos utilitários. No quintal, as obras misturam-se à natureza, criando um ambiente calmo e encantador.
Socorro Tareco- Artesã belojardinense de renome no estado de Pernambuco. Foto divulgação |
Belo Jardim também é conhecida pelo turismo religioso. No bairro de Água Fria, o santuário a céu aberto de Frei Damião recebe, todo mês de setembro, milhares de romeiros. O local possui duas estátuas gigantes do Frei Capuchinho, uma pequena capela para orações e uma vista panorâmica.
Terra
de artistas, patrimônio imaterial
O Centro de Artesanato Tareco e Mariola, o artesanal nordestino em toda sua beleza – Foto: Divulgação
O município é possuidor de um grande leque de artistas entre:
repentistas, escultores, artesãos, bordadeiras, artistas plásticos, ceramistas,
poetas, cantores, o que lhe confere o título de Terra de Músicos.
A cultura belo-jardinense baseia-se em uma forte influência da música
que é representada na cidade desde seus primórdios. Conta com a presença de
duas escolas de música que fizeram e ainda fazem história na cidade. A
Filarmônica São Sebastião fundada em 20 de janeiro de 1887 e a Sociedade de
Cultura Musical (conhecida como “cultura”) que foi fundada em 8 de fevereiro de
1935.
Dos festejos, o forró de vizinhança na grandiosa “Festa de Redenção” ou,
simplesmente, “das Marocas”, hoje é considerado, pela Lei 13.842, Patrimônio
Cultural e Imaterial do Estado de Pernambuco, desde 2009, título concedido a
eventos cujas dimensões cultural e econômica já ultrapassaram os limites
regionais.
A Festa das Marocas transforma Belo Jardim em um centro da cultura
popular e música, atraindo milhares de pessoas que movimentam o turismo e a
economia da região. O povo belo-jardinense se orgulha dessa maravilhosa herança
deixada e assimilada por sua gente.
Para o diretor de Cultura do Município, Flávio Passos, a realização de
novas atividades na cidade e o fomento das tradições despertam o interesse pelo
destino que busca seu lugar ao sol literalmente no agreste pernambucano.
“Belo Jardim é uma das grandes cidades de Pernambuco e é conhecida também por ser referência na Educação e Tecnologia”, tendo recentemente realizado o Jardim Digital – um festival de tecnologia, inovação que impulsiona o potencial disruptivo da região -, e por ser palco de muitos eventos, entre eles o Jardim Cultural, o Arte em Serra do Vento e o mais irreverente, a Festa das Marocas, onde a ‘fofoca” virou festa e artesanato”, acrescentou, o Diretor de Cultura do município Flávio Passos. Hotel Asa Branca, uma opção de hospedagem no Agreste Pernambucano – Foto: Divulgação.
A Filarmônica e o ilustre pernambucano
Otto
A cidade de Belo Jardim tem seus ilustres representantes na música brasileira, o cantor Otto e a Sociedade Filarmônica de São Sebastião, que são nomes que possuem o reconhecimento nacional.
De Belo Jardim para o mundo – Otto, uma referência da música do Nordeste – Foto: Reprodução
Nascido, em 28 de junho de 1968, conhecido apenas como Otto (Otto
Maximiliano Pereira de Cordeiro Ferreira), cantor, compositor, percussionista é
considerado uma das figuras mais importantes da nova geração de jovens músicos
do Brasil. Iniciou sua carreira como ex-percussionista da primeira formação da
Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A (com quem gravou os dois primeiros discos),
Otto saiu dos fundos dos palcos para trazer o ousado Samba para Burro à tona.
O músico saiu de Pernambuco em 1989 para passar dois anos na França,
tocando percussão nas ruas e no metrô de Paris. Na volta, aportou no Rio de
Janeiro e chegou a animar o som de uma gafieira ao lado de Jovelina Pérola
Negra. Do Rio de Janeiro, Otto rumou para o Recife, quando conheceu duas pontas
de lança do movimento manguebeat: Chico Science e Fred Zero Quatro.
Já a Filarmônica São Sebastião, sendo uma das mais tradicionais e antiga
banda de música do interior de Pernambuco, foi fundada em 20 de janeiro de 1887
pelo Sr. Tomás Magalhães, e, hoje com 126 anos.
A Filarmônica é formada por 55 componentes, e, 60 aprendizes formam a
escola musical. Todos os anos às Forças Armadas do Brasil recebe o reforço dos
músicos da Filarmônica de Belo Jardim. Em 2009, saíram da Filarmônica mais de
20 músicos para a carreira militar.
Fonte: Gutemberg Bogéa\Editado:Cassandra Teodoro
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