Dia Nacional do Patrimônio Histórico
A Praça
São Francisco\SE, constitui um
assentamento urbano que funde os padrões de ocupação do solo seguidos por
Portugal e as normas definidas para urbes estabelecidas pela Espanha.
Foto\Iphan
Finalizando o mês de agosto a
coluna não pode deixar de falar do - Dia Nacional do Patrimônio Histórico que foi
celebrado no dia 17, data que homenageia o nascimento de Rodrigo Melo Franco de
Andrade (1898–1969), primeiro diretor do então SPHAN (Superintendência do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), atual IPHAN (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e figura decisiva na proteção dos
bens culturais no Brasil. A data foi instituída como forma de sensibilizar a
população para a preservação de lugares, tradições e objetos que guardam a
memória e a identidade do país.
O patrimônio histórico é o
conjunto de bens materiais e imateriais que possuem valor cultural, artístico,
arquitetônico, arqueológico ou histórico, representando a herança deixada por
gerações passadas. Pode ser dividido em modalidades como patrimônio material
(edifícios, monumentos, obras de arte, sítios arqueológicos), patrimônio
imaterial (festas populares, saberes, ofícios, músicas, danças) e patrimônio
natural (paisagens e formações geográficas de relevância cultural).
A importância da preservação do
patrimônio histórico vai muito além da estética: ele mantém viva a memória
coletiva, fortalece a identidade cultural e contribui para a educação, o
turismo e o desenvolvimento econômico sustentável. Perder um bem patrimonial é
perder parte da história de um povo.
Implantada de acordo com o comprimento e a largura
exigida pela Lei IX das Ordenações Filipinas, a Praça São Francisco incorpora o
conceito de Praça Maior tal como empregado nas cidades coloniais da América
hispânica, inserida no padrão urbano português de cidade colonial em uma
paisagem tropical. FOTO:CT
Em Sergipe a cidade de São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil, foi fundada em 1590 é a primeira capital do estado de Sergipe e possui a centenária Praça São Francisco, que foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 2010. A praça é um conjunto monumental que representa o período de união das coroas de Portugal e Espanha (1580-1640) um exemplo único do momento histórico em que Portugal e Espanha estavam unidas sob uma mesma coroa.
Datado de 1626, início do século XVII, o Palácio dos Leões é
um símbolo do conjunto dos bens patrimoniais da cidade de São Luís, Maranhão –
Foto: Gutemberg Bogéa
Já São Luís
do Maranhão se destaca como um exemplo emblemático, tanto por seu formidável
acervo material quanto imaterial. Colonizada por portugueses nos primeiros
decênios do século XVII, a cidade preserva um dos mais notáveis conjuntos
arquitetônicos coloniais do Brasil, com traçado urbano original de influência
luso-espanhola, casarões e sobrados recobertos por azulejos portugueses, ruas
de pedra e praças históricas.
Pedra da Memória, monumento inaugurado em 28 de julho de 1844
para comemorar a Coroação do Imperador D. Pedro II – Foto: Euges Lima
Em 1997, o Centro Histórico de São Luís foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, título que reforça a relevância mundial de sua paisagem urbana e cultural. Além da arquitetura, a capital maranhense mantém tradições como o Bumba Meu Boi – reconhecido em 2019 pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade –, o Tambor de Crioula (Patrimônio Cultural Imaterial Nacional) e ricas expressões literárias, compondo um mosaico de identidade que merece ser protegido e celebrado.
Dados: Por EUGES LIMA
– Historiador, professor, palestrante e membro efetivo do IHGM /
@eugeslima
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